segunda-feira, 2 de junho de 2014

PASSADO E FUTURO

NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS!

ABRINDO CAMINHOS

(Em 1817, Guido Thomaz Marliéri era Tenente)

A história de Patrocínio do Muriaé está estreitamente ligada a Guido Thomaz Marliére, que em 1817 desceu o Rio Muriaé e fundou um pouso à foz de um ribeirão, onde hoje chamamos Ponte Vermelha. Guido foi um pacificador de indígenas, não pelas armas, mas sim pelo respeito e colaboração. Tanto que ao morrer foi enterrado sentado em uma cadeira de madeira, como na tradição indígena.
No Arquivo Público Mineiro existe uma colecao com as cartas escritas por Guido denunciando as atrocidades cometidas contra os indígenas da nossa regiao.
Segundo a tradição, a existência de plantas medicinais foi o fator de atração para os forasteiros que chegavam ao local.
Em 1820, algumas famílias, seguindo o mesmo caminho de Marliere, desceram o rio e se estabeleceram a meia légua abaixo da Ponte Vermelha, dando origem à Fazenda da Provenção, de propriedade de Constantino José Pinto.
Em 1830, a família de Antônio Rodrigues dos Santos comprou a fazenda de Constantino José Pinto e fez a doação de um terreno para a construção de uma capela em homenagem á Nossa Senhora de Patrocínio. Essa doação ocorreu no dia 28 de outubro de 1840.
O povoado cresceu e chegou até mesmo a abrigar a sede da cidade de Muriaé, entre 1859 e 1861. Quando Muriaé se emancipou em 1855, sua instalação dependia da construção da sede da Prefeitura, Fórum e Cadeia. Como não se conseguia arrecadar fundos para tanto, Muriaé ficou ameaçada de não sediar o município. A sede foi transferida para Patrocínio do Muriaé em julho de 1859, e só em setembro de 1861 voltou para o seu local de origem. 


JORNAIS E ORCHESTRA

Já sabemos que foram publicados no século XIX os jornais RECLAME, O PATROCINIO e O CONDOR. Nessa foto temos a capa do exemplar número 1 de O Patrocinio, de 21 de Setembro de 1893. O jornal era dos proprietários A. Gama & Bueno. Diz uma das manchetes:
“Innumeras gyrandolas de foguetes fendiam o espaço, grande numero de pessoas gràdas da nossa sociedade dirigiam-se à estação da Estrada de Ferro à espera do expresso. N’esse intervalo, a nossa bem organisada orchestra deixava escapar pelos ares os sons melodiosos de uma vibrante marcha. Chegado o expresso, redobraram os foguetes e a nossa sociedade viu satisfeita desembarcar o hábil e intelligente professor Rodolpho Andrade com sua exma. consorte, tambem professora distincta.
Da gare foram acompanhados por grande massa de povo, ao som de alegre marcha da excellente orchestra até a casa do estimado cidadão Jeronymo de Mello, onde se hospedaram. O Sr. Rodolpho em um brilhante discurso agradeceu a significativa manifestação de apreço de que era alvo por parte do povo de Patrocinio.
Parabens a nossa sociedade por mais essa tão bella quão util acquisição: o Sr. Rodolpho Andrade vem montar e dirigir n’esta povoação o Atheneu Patrocinense, ao qual será, certamente, despensado todo o apoio por parte da população.”

A foto abaixo é de uma “orchestra”, tirada em 02 de Fevereiro de 1890.



A ESTAÇÃO

A Estação de Patrocínio foi inaugurada em 1885 pela Estrada de Ferro Leopoldina, ainda no reinado de Dom Pedro II. Nos anos 40 seu nome foi alterado para Estação de Patrocínio do Muriaé. O progresso veio com os trilhos, e se foi com eles. Com o fechamento da estação pela RFFSA em 22 de janeiro de 1979, a cidade perdeu seu motor principal, e até o momento parece que ainda não o encontrou.
(A vapor)
(Largo da Estacao ainda sem PSF, Escola Municipal, e demais edificacoes atuais)
(A disel)
(No local onde hoje está a ponte do Bairro Santo Antônio)
(Abandono que vem de longe...)
Fechada em 22 de janeiro de 79, no início de fevereiro do mesmo ano serviu de abrigo para os flagelados da enchente de 79)



IGREJAS: ANTIGA E NOVA. CAPELA SANTO ANTÔNIO, CERIMÔNIAS E PROCISSÕES.

Veremos agora um exemplo do que não se deve fazer com o patrimônio histórico de uma cidade. A destruição do antigo, do que possui valor artístico, do que poderia ter se tornado turístico, para a construção do novo minimalista (pretensamente gótico). As fotos a seguir são da antiga Igreja Católica de Patrocínio do Muriaé, lembrada por todos os seus contemporâneos com saudade, e até com revolta pela sua destruição, amparada em superstições a respeito de sua localização (estava de costas para a cidade).
(Av. Silveira Brum vista do alto da antiga igreja)
(O aspecto arquitetônico do conjunto na Av. Silveira Brum, onde a antiga igreja era essencial)
(Procissões. Tradições que já estão quase perdidas no tempo)
(Os tapetes preparados para Corpus Christi)
(Destruído o patrimônio do século XIX, iniciou-se a construção da nova igreja)
(Capela Santo Antônio em 1955, ainda com o pequeno coreto)



ANTES DA PRAÇA GETÚLIO VARGAS E AS SUAS VÁRIAS MODIFICAÇÕES.

Acompanhe nas fotos abaixo as transformações ocorridas na principal praça de Patrocínio do Muriaé.
(No início, os trilhos tomavam conta de boa parte da praca principal)
(Aqui o modelo ajandinado pelo prefeito muriaense)
(O clássico coreto de 5 pontas servindo de local para cerimônias)
(O início da reforma que definiria a Getúlio Vargas)
(Esse já é um modelo muito lembrado, mas ainda com os trilhos da ferrovia.)
O mestre, o artista da jardinagem, influência para muitas cidades mineiras, Sebastião Antonio Adão. Autor das formas do conjunto de árvores que embelezam nossa cidade.

TATÃO E AS RUAS


Em certos lugares
interrogo os jardins
da minha infância.

Interrogo sem resposta,
sem surpresa, sem esperança.

Pois que jamais encontrei
aquela perfeição contida, sinto-me órfão.

A lição primeira de geometria
deu-se naqueles parques.

Sem escândalo,
o velho jardineiro professava
ao sol do meio-dia.

Ao povo simples
oficiava a matemática.

De um arbusto senil
fazia um cone invertido.
Árvores como números ao cubo
tomavam aos poucos a planura
e os muros vivos não cercavam:
antes ofereciam aos passantes
o espetáculo.
Bordavam a cidade para o baile.

As duas filhas do jardineiro
foram estudar matemática.
Também nascera ali
a minha paixão pelos números,
intratável e física, naqueles parques.

Mas ninguém sabia melhor
proteger sua escultura.
Ninguém tinha tal viço:
a ponto de morrer
sob o sol do ofício

com um golpe
capaz de acender na distância
todos os jardins e parques e ruas

da minha infância.

Iacyr Anderson Freitas

(O novo coreto, com as linhas lembrando os tracos de Niemeyer.)
Nos anos 80, a Getúlio Vargas passou por nova transformacao. Mas a obra do Mestre Tatao sobreviveu! Imortal...
(A partir da foto acima veremos o modelo atual)


domingo, 1 de junho de 2014

O CARNAVAL EM PATROCÍNIO DO MURIAÉ.

O Carnaval das primeiras décadas do século XX em Patrocínio do Muriaé já era uma das festas mais animadas da região.
(Carnaval de 1920)
(Carnaval de 1925. Bloco em frente ao casarao do Capitao Matos)
(Carnaval de 1930. Cordao do Vermelho e Branco)
(Carnaval de salao, em 1935)
(Carnaval do final da década de 80. Blocos Verde e Rosa, Azul e Branco)